top of page

Mangia bella!

Atualizado: 3 de dez.

Vamos falar de comida! Ou melhor Itália.

Acho que as palavras Itália e comida são sinônimos, não?!

Combina.


Em maio deste ano reafirmei um dos meus amores, a comida italiana! Não que eu já não soubesse disso, sempre amei tudo que envolva pasta e gelato, mas uma coisa é você provar no Brasil, outra bem diferente é comer todas essas delícias na Itália. E o melhor, morando com uma família autêntica italiana.


Antes de conhecer o país, eu costumava dizer que quando fosse a Itália o meu turismo ia ser mais culinário do que qualquer outra coisa e que eu ia experimentar tudo que quisesse sem me preocupar com dieta ou em limitar minhas vontades. Pois bem, quando a gente joga os desejos pro ar, o universo age e foi assim que por força do bom destino, surgiu a oportunidade de fazer 1 mês de trabalho voluntário na casa de uma família que trabalha com agroturismo, ou seja, pessoas que moram no campo, na zona rural e, ali cultivam alimentos fazendo disso sua forma de viver, hospedando turistas que tem curiosidade em aprender sobre o cultivo e até mesmo comercializando estes alimentos.


No meu caso, eu trabalhei na casa de uma família no interior de Torino, norte da Itália. A Maria e o Mário, casal que nos recebeu, são adoráveis e fizeram de tudo para que nos sentíssemos em casa e parte de sua família. Eles moram em um região muito aconchegante e lindíssima, daquelas que você só conhece se estiver com alguém nativo e que da varanda da casa, vê campos imensos repletos de natureza e paz.


A Maria trabalha na cidade na semana e ajuda o Mário no restaurante em casa aos fins de semana. Já o Mário, se dedica inteiramente ao cultivo de suas plantações, do cuidado com o vinho que produz e com a cozinha que é inteiramente de sua autoria.


Sobre o nosso trabalho, na semana fazíamos limpeza da casa e ajudávamos em coisas da agricultura. Nos finais de semana, trabalhávamos no restaurante onde pessoas da região iam almoçar com suas famílias em um menu que ia de 5 a 7 diferentes pratos com pausa no meio, para depois conseguirem continuar comendo. Bem vindo à Itália!


Foi lá que tirei casca de sacos e mais sacos de avelã, que colhi cerejas do pé do vizinho para usar na receita do restaurante, que peguei folhas de rosas no quintal para fazer geleia, que aprendi a fazer a tradicional lasanha italiana e me dei conta que no Brasil fazemos bem errado.


Como era incrível comer neste lugar! Todo dia era dia de pasta, seja no almoço ou no jantar e às vezes nas duas refeições. Vinho era á vontade, seja tinto ou branco, e servido em copos normais mesmo do dia a dia. Sempre que parávamos para comer, tomávamos um pouco, tão natural quanto um copo de água. Quando a garrafa da cozinha esvaziava quase que diariamente, era só ir até o estoque enorme que ele tinha engarrafado e levar mais uma garrafa pra mesa.


A roça ao lado produzia peças de queijo de um tamanho que eu nunca tinha visto tão grandes e lindas, foi lá também que comi infinitos tipos de queijo que nunca tinha provado. Do outro lado, o vizinho comercializava os cogumelos mais frescos possíveis que segundo Mário, para comprovar isso era só olhar o rosado que tinha neles "vá ao mercado e olhe os cogumelos de lá, eu duvido que você verá algum que seja rosado dentro como estes", tudo isso dito em italiano com muitos gestos de mão e tom alto. Eu não falo italiano e ele pouco inglês, mas a gente sempre se entendeu muito bem. E o pesto, ah o pesto! Aprendi o que é pesto de verdade e que o diferencial é um bom manjericão, toda semana torcia para que o fizessem.


Uma vez eles me disseram que o segredo da comida italiana é o "slow cook" cozinhar devagar, sem pressa, aproveitar aquele momento. E além disso, buscar ingredientes mais frescos e naturais possíveis. Essa é a Itália, indo contra tudo que a maioria do mundo faz, mas preservando muita história e sabor.


Para mim, isso é o que chamo de viajar! Eu amo a experiência de realmente viver a cultura local, acho muito enriquecedor em todos os aspectos e os alimentos regionais então, nos conta muito sobre o país em si.


Aprender um pouco do idioma a cada dia, ver a forma deles se relacionarem tão afetuosos, explosivos e carinhosos com amigos e parentes, assim como nós no Brasil, entender que a comida é algo levado muito a sério. Isso é riqueza.


Minha maior lição dessa experiência foi a frase "PIANO, PIANO", pouco a pouco, viver no aqui e no agora. Isso se aplica em tudo que fazem, quando estão trabalhando são dedicados aquilo, mas quando deu o horário de almoço preparam uma refeição como se fosse almoço de domingo com vários pratos, vinho e prosa até o tempo acabar e voltarem a focar no trabalho. Tudo no seu tempo.


A essa vivência, meu eterno agradecimento a Maria e Mário, a tudo que aprendi ali e também a tudo que comi! Grazie mille aos gelatos, risotos, pastas e mil outras experiências em forma de amor no prato.



2 comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
Bruna Ventre
Bruna Ventre
03 de fev. de 2023

Foram dias lindos 🤍

Curtir

000nagarcia
22 de jan. de 2023

o mais incrível de ler os seus relatos é vivenciar eles, lia e me lembrava de tudo que passamos ali!

linda experiência ♥️

Curtir
Logo NaBR

Vem conhecer nossas outras redes

  • Youtube
  • Spotify
  • TikTok
  • Instagram

Copyright 2025 Bruna Ventre NaBR todos os direitos reservados

bottom of page