top of page

A importância de conhecer os limites

Doralice é uma menina muito esperta e de bom coração. Ela adora acompanhar sua mãe em tudo que faz e sempre está disposta a ajudar os outros.


Doralice teve uma infância muito tranquila, adora brincar na rua, ir pra escola e inclusive era uma excelente aluna. Seus pais nem precisavam pedir que ela estudasse, ela ia sozinha e feliz fazer seus deveres.


Na adolescência, Doralice era muito obediente e acreditava que quanto mais "SIM" ela dissesse, mais próxima da perfeição esperada estaria. Muitas vezes em seu coração ela sabia que queria dizer "NÃO" mas acabava por dizer "SIM" com um sorriso grande no rosto.


Já lá pelos seus 20 anos, Doralice estava muito atarefada e não conseguia atender a todos os "SIM" que falava. Agora, além de ajudar a mãe no que ela precisasse e constantemente pedia por Doralice ser tão boazinha, a menina também tinha que ser exemplar na faculdade, ser a melhor funcionário em seu trabalho, ter tempo para se dedicar a todos os vários amigos com quem ela se relacionava.


Doralice estava exausta e ao mesmo tempo, nada disposta de começar a dizer alguns "NÃO". "Desculpa, mas não posso, estou muito atarefada". "Sinto muito mas não será possível, quem sabe uma próxima". Essas frases nem passavam pela cabeça de Doralice.


Mesmo equilibrando diversos pratinhos, ela começou a notar que estava frustrada, pois todo seu esforço era em vão. Seus amigos reclamavam que ela era ausente porque faltou em um ou outro evento e ela se culpava. Sua mãe ficou brava quando ela demorou para lavar a louça por estar estudando, e então Doralice se culpava. Ela levou uma bronca do professor por ter dormido na sala de aula já que ficou trabalhando até tarde na noite anterior e sim, se culpava.


Doralice era uma bola de nervos a ponto de explodir. Ela tinha que fazer alguma coisa, precisava agir.


Em uma das noitadas de insônia de Doralice, pesquisando na internet como equilibrar seu tempo e assim atender a todo mundo, ela se deparou com um estudo sobre: limites. Começou a ler e ali ficou por horas, vidrada, como se tivesse saindo de seu mundo e entrado em outro totalmente novo, como se ela nunca tivesse escutando antes essa palavra.


Ao longo de sua leitura ela foi aprendendo que tudo que pensou que era certo até então, estava um tanto errado. Doralice vivia para agradar os outros e pouco se agradar. Doralice doava demais seu tempo para ajudar os outros e nada se doava. Doralice exigia demais boas atitudes para com os outros e pouco exigia dos outros para com ela. Doralice não fazia ideia do que era limite, para com ela, para com os outros. Ela só conhecia a culpa e a cobrança.


O tempo foi passando e conforme ela seguia estudando sobre o tema, tentava aos poucos colocar em práticas alguns dos novos conhecimentos. Doralice começou a falar alguns "NÃO" para sua mãe, seus amigos e até chefe. No começo era bem difícil, ela sentia uma culpa danada e às vezes cedia de volta. Mas cada vez ficava melhor e mais firme em suas respostas. Repito, firme, não grossa.


Doralice então começou a ser chamada de egoísta:

"como assim você não pode? como é egoísta",

"como assim você não quer? você só pensa em você",

"você me disse não? que feio!"


E ela ficou triste, se sentindo um ser humano ruim por também pensar em si mesma, além do próximo.


Até que em mais uma de suas noites de leitura chegou nessa parte da explicação sobre LIMITES, onde dizia que é realmente assim que funciona. Infelizmente é muito mais fácil construirmos uma relação saudável com limites desde o começo do que tentar colocá-los depois de muito tempo de relacionamento sem que até então houvesse nenhum tipo de limite estabelecido.






 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
Logo NaBR

Vem conhecer nossas outras redes

  • Youtube
  • Spotify
  • TikTok
  • Instagram

Copyright 2025 Bruna Ventre NaBR todos os direitos reservados

bottom of page